domingo, 20 de janeiro de 2013

Dama da Escuridão

  Bobby estava em um bar afastado de toda agitação de São Paulo,
precisava muito distrair -se e esquecer da doença que lhe corroria o corpo .
  Bebendo uma dose de Whisky , o cheiro de cigarro barato no ar ,
 e alguns caras jogando sinuca, passava da meia noite.
  Foi quando uma linda jovem abriu a porta, vestindo um longo vestido negro , sentou se ao lado de Bobby e disse suavemente em seu ouvido:

 - Sou a morte , vou lhe dar todo o prazer que desejar, vou fazer o seu ultimo dia o único, mas depois, sem dó ou piedade levarei sua alma.
  Bobby se levantou muito assustado ,olhando para a bela moça a seu lado, como acreditar naquele
absurdo ?  pagou sua conta e saiu deixando a moça para tras.
  Quando estava em uma viela sem luz e úmida, eis que surge a moça encostada no muro um pouco mais a sua frente, então Bobby começa a querer  acreditar , não é loucura, a morte esta a sua frente , e veio na forma que mais lhe faz falta, uma mulher.
   Ela chegou ate ele, parou em sua frente o abraçou e o beijou, o beijo da morte não foi tão simples assim. lhe mostrou toda sua vida , toda dor que passou  de ser abandonado pela mãe ainda quando era criança, sua adolescência sofrida pelas ruas de São Paulo, usando drogas e saindo com garotas de programa.
   Mas agora doente ninguém conversava com ele , ninguém o tocava , então Bobby abraçou a morte com todo amor que guardara em si e não tinha a quem oferecer.
   Foram para sua casa, beberam , comeram, Bobby desabafou todo o sofrimento que estava em seu coração, esqueceu que estava com a morte ao seu lado.
 Ela foi toda gentil e atenciosa, fez toda suas vontades , até mesmo sexo, Bobby se sentiu amado, como nunca fora antes  e só isso lhe importava.
   Então chegou o sono, Bobby abraçou a morte e dormiu com um leve sorriso estampado em seu rosto, nunca mais Bobby acordou.

                       
                                 Beatriz =)

domingo, 6 de janeiro de 2013

Manhã

   Logo pela manhã, no primeiro dia do ano choveu.
   Deixei a chuva me molhar, pra levar embora tudo que ainda
 restava do ano anterior.
  Senti - me leve, como a muito não sentia , acendi meu cigarro e continuei
a caminhar, a chuva havia passado.
  O vento gelado e o aroma de terra molhada que ficam são sempre melhor.
  Caminhei por um longo período sem rumo, meu cigarro havia acabado, então procurei uma
cafeteria , entrei na primeira que encontrei.
  Tomei meu primeiro café , e pensei , o primeiro de muitos que virão , e dei um belo sorriso irônico , de um pensamento patético .
  La fora deu um baita estrondo ao qual me assustou ,
e me trouxe a realidade.
  Meu cafe havia esfriado , tocava um blues suave, ao qual não me recordo quem cantava, abri meu jornal , olhei as pessoas em volta muitas ainda com cara de sono, ou melhor de tédio, sim essa é a cara das pessoas pela manha.
   A vida de certa maneira virou uma rotina , a qual já estamos entediados.
   Olhando meu jornal, entristeci , como pode tanta desgraça sensacionalista juntas assim ? E ha quem se diverte com elas , mas eu entendo noticias assim fazem o ganha pão de alguém.
   Como percebem , penso demasiado, a garçonete me surpreendeu, paguei a conta e sai, olhei aquele céu cinzento logo cedo e sorri.
   Desejei novamente um banho de chuva , ao qual não obtive resposta , meu chapéu balançava com o vento, crianças brincavam correndo pra la e pra cá, que nostalgia da minha infância.
   Lembrei-me que estava atrasado para o trabalho, eu um homem em sua juventude precisa trabalhar, mas gostaria de ser mais valorizado.
   Entretanto na redação, vendo o quanto de noticia ruim havia para ser editada que me toquei, quem publica   tanta noticia ruim é sensacionalista sou eu .. Sou eu o deprimente espalhador de tristeza, ou sou eu que os mostra a realidade em meio a tantos sonhos ? Não saberei.

 

Beatriz